EXPOSIÇÕES MASP

Uma semana dedicada a exposições do Museu de arte de São Paulo (MASP)

A exposição “Erika Verzutti: A indisciplina da escultura” está em cartaz no MASP de 2 de julho até 31 de outubro de 2021. Ela faz parte do biênio de programação (2021-2022) do museu sobre às ‘Histórias Brasileiras’, sendo o ano de 2021 dedicado exclusivamente às mulheres artistas.

Trata-se da primeira exposição individual dedicada à Erika Verzutti (1971) realizada no Brasil. Destacamos a importância das obras de Vertzutti para a compreensão da prática escultórica atual, tanto num contexto brasileiro, como num contexto global. Sua produção é apresenta numa multiplicidade de suportes – como o bronze, o concreto, o papel machê – e suas instigantes forma propõem um novo caminho para o meio. As referências de suas obras transitam entre livros de arte e de história social, elementos da fauna e flora, bem como em imagens em circulação nas redes sociais e noticiários.

A exposição de curadoria de Adriano Pedrosa e André Mesquita foi dividida em sete núcleos, sendo eles: “Devir animal, “Vereda Tropical”, “Metáfora do mundo” “Totemizar o tabu”, “Modernismo selvagem”, “Sob o sol de Tarsila (e outras histórias)” e “Estanho familiar”. Com caráter panorâmico a exibição conta com obras realizadas pela artista entre os anos de 2003 e 2021.

“Vênus Libereseusmamilos”, Erika Verzutti, 2018, escultura
“Bicho de sete cabeças”, Erika Verzutti, 2010, técnica mista.
“Mineral”, Erika Verzutti, 2019, papel machê, poliestireno, aço e óleo, 8 pecas.

A mostra “Maria Martins: Desejo Imaginante”, presente no Museu de Arte de São Paulo (MASP) desde agosto de 2021, reúne grandes obras realizadas na década de 1940 que firmaram a artista Maria Martins (1894-1973) como referência do modernismo brasileiro e do surrealismo. As 45 gravuras e esculturas, divididas em 5 núcleos expositivos, apresentam a conexão da artista com o feminino e o mítico. Aludindo à obra ‘Désir imaginant’ (Desejo imaginante), a mostra traz a arte da “escultora dos trópicos” impulsionada pelo desejo provocante de uma criatividade que impactou a moral da sociedade ao seu redor.

 

Dessa maneira, é exaltado o imaginário de Maria Martins referente ao Brasil de sua época, consoante com as ideias modernistas em sua primeira fase, que exaltou as culturas afro-brasileiras e indígenas. A exposição integra o biênio de “Histórias brasileiras” desenvolvido pelo MASP, que terminará em 2022, ano do centenário da Semana de Arte Moderna e do bicentenário da independência do Brasil. A mostra poderá ser visitada até janeiro de 2022.

’O impossível’, Maria Martins, década de 1940, bronze.
’However!!’ (‘Todavia!!’), Maria Martins, 1947, bronze.

A exposição “Gertrudes Altschul: Filigrana” também compõe a programação “Histórias brasileiras” do MASP, dessa vez apresentando fotografias de Gertrudes Altschul (1904-1962), precursora da fotografia modernista no Brasil. Sua arte foi em busca da captura de naturezas-mortas, elementos botânicos, arquitetura moderna e, em menores proporções, indivíduos. A mostra reúne 62 fotografias vintages distribuídas em temas e permanecerá no MASP até janeiro de 2022.

 

Gertrudes Altschul nasceu em Berlim (Alemanha) e mudou-se para o Brasil em 1939, devido ao regime nazista em ascensão na época. No início da década de 1950 passa a integrar como associada o Foto Cine Clube Bandeirante (FCCB), em São Paulo, sendo uma das poucas mulheres a serem aceitas e alinhando-se com os ideais modernistas de fotografia. Dessa maneira, a arte de Atlschul buscou romper com as tradições fotográficas, explorando novas tendências de luz, sombra, impressões e disposições.

’Filigrana’, Gertrudes Altschul, sem data, impressão sobre papel prata/gelatina.
’Margaridas’, Gertrudes Altschul, circa 1959, impressão sobre papel prata/gelatina.