“Heroínas Românticas”, exposição presente no Museu da Vida Romântica de Paris (França), explora as interpretações de figuras femininas consolidadas nos mitos e na história por artistas românticos do século XIX.
Através da contextualização do período histórico em que as composições foram construídas, com a mulher marginalizada socialmente e cada vez mais excluída do espaço público, é possível perceber o anacronismo que traz as figuras do passado na conjuntura da vida dos anos 1800.
Exemplos de Joana D’Arc (1412-1431), Sáfo, Julieta, Medusa, Cleópatra (69 a.C – 30 a.C) e Maria Stuart (1542-1587) representadas sob as perspectivas de Antoine-Jean Gros (1771-1835), Eugène Delacroix (1798-1863) e Jean Gigoux (1806-1894) assinalam para o destino inevitável da morte, da reclusão ou do sacrifício de heroínas transformadas em mártires.
Contribuindo para tal questionamento, a mostra também evidencia o importante papel das artes dos palcos, como o ballet, o teatro e a ópera do século XIX para a difusão das concepções desenvolvidas nas artes plásticas, com a possibilidade de acentuação do olhar masculino erotizado para além das telas.