Jacques-Louis David

A exposição “Jacques Louis David: Radical Draftsman” (“Jacques Louis David: Desenhista Radical” – tradução livre), apresentada no Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque (The Met – NY), contempla uma seleção de esboços e estudos realizado pelo artista francês Jacques Louis David (1748-1825). 

 

Com cerca de 80 esboços realizados por David, a mostra, disposta em ordem cronológica, exibe o processo criativo e técnico por trás das ilustres obras neoclássicas do artista. Ainda, o título da exposição alude ao período histórico presenciado pelo artista, ou seja, os precedentes, o movimento e os subsequentes atos da Revolução Francesa (1789-1799). 

 

“Jacques Louis David: Desenhista Radical” inverte a perspectiva de praxe ao expor o que há por trás das composições, permitindo uma aproximação com o artista e seu tempo, o princípio de suas ideias e os caminhos que levam às disposições finais. 

 

A mostra permanecerá no Met – NY até 15 de maio de 2022. As visitações ocorrem de domingo à terça e às quintas-feiras de 10h às 17h, às sextas e sábados de 10h às 21h, não abrindo às quartas feiras. O valor do ingresso é de $25. 

 

 

 

'A morte de Sócrates', Jacques-Louis David, óleo sobre tela, 1787.
’A mãe espartana’, Jacques Louis David, 1779.

A mostra “Jacques Louis David: Desenhista Radical”, presente no Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque (The Met – NY) proporciona ao visitante um novo olhar sob o encargo do artista e da arte em seu tempo. 

 

Jacques Louis David (1748-1825) foi uma testemunha ocular da efervescência de movimentos em torno da Revolução Francesa, aproximando-se inclusive de importantes figuras como Maximilien Robespierre (1758-1794) e Jean-Paul Marat (1743-1793). 

 

Defendendo a condenação do então rei francês Luís XVI (1754-1793) à guilhotina e aliando-se aos Jacobinos, o artista ativista foi preso, e mais tarde tornou-se pintor oficial do novo imperador da França, Napoleão Bonaparte (1769-1821). 

 

Considerado um defensor da Revolução Francesa, David concedeu à grande parte de suas composições da época, caráter político e social. Assim sendo, a arte é veiculada como um poderoso instrumento parcial de representações. Tal fato observa-se, por exemplo, na obra “A Morte de Marat” (1793), na qual David torna seu amigo pessoal em um mártir da Revolução.  

’A cabeça do morto Jean Paul Marat’, Jacques Louis David, 1793.
’Dois estudos de Dubois-Crancé e Robespierre para “O Juramento da Quadra de Tênis”, Jacques Louis David, 1790-91.
’Retrato de um Revolucionário’, Jacques Louis David, 1795.

Jacques Louis David (1748-1825) foi um dos mais notáveis pintores neoclássicos europeus. Contrariando a família, cujo desejo era que se tornasse arquiteto, David iniciou seus estudos artísticos com Joseph Marie Vien (1716-1809), precursor da arte neoclássica. 

 

Entre os anos de 1775 e 1780, o artista morou em Roma (Itália), aproximando-se de temáticas e representações clássicas. Na capital italiana, David passou a admirar os ilustres artistas do Renascimento e do Barroco, entre eles Rafael (1483-1520), Poussin (1594-1665) e Caravaggio (1571-1610), inserindo particularidades destes artistas em suas composições.  

 

O artista consagra-se na cena artística francesa ao exibir “O Juramento dos Horácios”, no ano de 1784. Reconhecido por suas composições em grandes proporções e por suas temáticas históricas, David passa a ser admirado pelo estrato intelectual da sociedade francesa. 

 

A restauração da monarquia na França, em 1815, fez com que o artista se autoexilasse em Bruxelas, na Bélgica, e lá permanecesse até a sua morte, em 1825, em decorrência das consequências de um atropelamento que sofrera no ano anterior.