Charles Baudelaire (1821-1867) foi um dos mais expoentes poetas e teóricos de arte do século XIX. Considerado um dos precursores da poesia moderna, juntamente com o norte-americano Walt Whitman (1819-1892), desconstruiu os padrões literários pré-estabelecidos. Baudelaire desenvolveu uma poesia crítica, a qual foi considerada ofensiva à moral de sua época, tendo inclusive que eliminar 6 poemas do livro “Flores do Mal” (1857), uma de suas mais afamadas obras.
A mostra “Baudelaire, modernidade melancólica”, presente na Biblioteca Nacional da França (Paris), homenageia a vida e obra do poeta francês. Dividida em 3 sessões, a exposição permite que o visitante se aprofunde na poética complexa do autor. A primeira sala “Mélancolie du non-lieu” (“Melancolia do não-lugar”) apresenta o exílio como temática presente em suas obras, relacionando-o à partida, seja dos errantes ou dos revolucionários de sua época.
A segunda sala, “L’image fantôme” (“A imagem fantasma”) é dedicada a angústia presente nas composições de Baudelaire no que diz respeito às ausências que não regressam. Por fim, em “La déchirure du moi” (“A lágrima de mim”) explora a relação de Baudelaire com a arte, exibindo as relações que o poeta estabeleceu com artistas que tratam também da questão melancólica em suas obras, como o pintor Eugène Delacroix (1798-1863) e o escritor Edgar Allan Poe (1809-1849).