Baudelaire, modernidade melancólica

A Bibliothèque Nationale de France (Biblioteca Nacional da França – Paris) apresenta, desde novembro de 2021, a exposição “Baudelaire, la modernité mélancolique” (“Baudelaire, modernidade melancólica”), comemorando o bicentenário de nascimento do francês Charles Baudelaire (1821-1867).  

 

A mostra explora manuscritos do poeta, pinturas, fotografias e desenhos, incluindo o registro da primeira edição de sua Magnum opus “Les Fleurs du Mal” (“As Flores do Mal”), livro que apresenta uma série de poemas altamente criticados na época de sua publicação, em 1857. O intuito da exposição é explorar o universo de melancolia que permeia as composições de Baudelaire, seja nas condições de exílio, de errante ou de ausência. 

 

Presente até fevereiro de 2022, “Baudelaire, modernidade melancólica” poderá ser visitada em Paris de terça à domingo sob a aquisição de um ingresso no valor de 9 € sendo também necessária a realização de uma reserva no site da BNF. No site é possível realizar uma visita virtual pela exposição gratuitamente.  .

Charles Baudelaire (1821-1867) foi um dos mais expoentes poetas e teóricos de arte do século XIX. Considerado um dos precursores da poesia moderna, juntamente com o norte-americano Walt Whitman (1819-1892), desconstruiu os padrões literários pré-estabelecidos. Baudelaire desenvolveu uma poesia crítica, a qual foi considerada ofensiva à moral de sua época, tendo inclusive que eliminar 6 poemas do livro “Flores do Mal” (1857), uma de suas mais afamadas obras.

 

A mostra “Baudelaire, modernidade melancólica”, presente na Biblioteca Nacional da França (Paris), homenageia a vida e obra do poeta francês. Dividida em 3 sessões, a exposição permite que o visitante se aprofunde na poética complexa do autor. A primeira sala “Mélancolie du non-lieu” (“Melancolia do não-lugar”) apresenta o exílio como temática presente em suas obras, relacionando-o à partida, seja dos errantes ou dos revolucionários de sua época. 

 

A segunda sala, “L’image fantôme” (“A imagem fantasma”) é dedicada a angústia presente nas composições de Baudelaire no que diz respeito às ausências que não regressam. Por fim, em “La déchirure du moi” (“A lágrima de mim”) explora a relação de Baudelaire com a arte, exibindo as relações que o poeta estabeleceu com artistas que tratam também da questão melancólica em suas obras, como o pintor Eugène Delacroix (1798-1863) e o escritor Edgar Allan Poe (1809-1849). 

 

 

A EXPOSIÇÃO

”Flores do Mal”, primeira edição com anotações do autor, 1857.
’Retrato de Baudelaire’, Gustave Courbet, óleo sobre tela, 1847.
’Retrato de Baudelaire’, Émile Deroy, óleo sobre tela, 1844.
’Autorretrato de Hamlet’, Eugène Delacroix, óleo sobre tela, 1821.