OSGÊMEOS: Segredos

A mostra ‘OSGEMEOS: Segredos’, em exibição na Pinacoteca (SP) desde outubro de 2020, abrange mais de 1.000 obras dos irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo (1974-). A dupla, que traz elementos urbanos, principalmente da cultura do hip hop e do grafitti, exibe cerca de 50 obras inéditas no Brasil e vem ganhando espaço na admiração do grande público. A exibição, que permanecerá até agosto de 2021, tem curadoria de Jochen Volz, o também diretor-geral da Pinacoteca.

A exposição conta com pinturas, esculturas dinâmicas, projetos sonoros e escritas e desenhos, estes últimos exibidos pela primeira vez, mostrando os primórdios da ideia dos famosos bonecos amarelos. As obras de OSGEMEOS, que inicialmente não foram propostas para adentrarem os museus, acabaram por internalizarem-se justamente nesses espaços, devido à grande adesão do público. A mostra na Pinacoteca, inclusive, teve seu prazo de exibição estendido por algumas vezes em decorrência do grande reconhecimento por parte dos expectadores.

A arte encontrou os irmãos Gustavo e Otávio (OSGEMEOS) desde muito cedo, através de sua mãe, grande entusiasta do meio. Assim, tudo ao redor dos irmãos virava inspiração: capas de discos de vinil, histórias em quadrinhos e o hip hop. A variedade de técnicas, materiais e suportes, características que garantem a originalidade das obras de OSGEMEOS, veio através da improvisação pela falta de condições de adquirir novos aparatos.

Assim, lonas de caminhão tornaram-se telas e caixas de madeira foram desmontadas para se converterem em esboços que mais tarde viriam a tomar grandes proporções, nas laterais de grandes prédios nas cidades. Mesmo tendo dezenas de obras apagadas por iniciativa das prefeituras locais, a essência do universo lúdico dos artistas é mantida, justamente porque o grafitti é, desde o início, a grande crença dos irmãos. As obras de OSGEMEOS já foram expostas em Berlim, no Canadá, em Los Angeles, em Tóquio, Londres, Milão e também na Times Square, em Nova Iorque.

Tour virtual 360º

Como maneira de levar a exposição para o maior número de pessoas mesmo nesse momento de pandemia, a Pinacoteca desenvolveu um mecanismo de tour virtual. 

Nessa visita online; gratuita e interativa, estão disponíveis aos visitantes vídeos e textos que explicam e mostram as obras através de uma visão mais detalhada. Nesse sistema é possível navegar por toda a exposição, pelos 10 espaços dedicados à mostra e ver de pertinho os mais de 1000 itens do rico imaginário dos irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo. E também passar por cada uma das 7 salas expositivas, o Octógono, o Hall e o Pátio do museu.

Acesse e Aproveite!

Obras em Exposição

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Intervenção dos Osgemeos sobre seu grafite apagado pelas autoridades paulistas.
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A obra ‘1980’ retrata bem a essência da exposição “OSGEMEOS: Segredos”. Inspirados pelo estilo nova iorquino dos anos 70, os artistas uniram, nesse trabalho inédito, seu célebre universo lúdico, diversas texturas, estampas e referências das ruas dos anos 80 (como o hip hop, o rap e o grafitti) em uma composição que apresenta as grandes influências na trajetória da dupla. Na mesma sala em que a obra é apresentada, os estudos de caligrafias e releituras de fotografias do cenário urbano estão presentes, contribuindo para a compreensão da intenção da montagem exibida.

A mostra reúne, em 7 salas e vários espaços internos e externos, o “segredo” de todo o processo vivido pelos irmãos até alcançarem a fama internacional que têm hoje, bem como as histórias por trás das obras e da vida dos artistas. O site da @pinacotecasp disponibilizou um Tour Virtual 360° da exposição, além de uma visita guiada com @osgemeos, que permite ao expectador vivenciar o macrocosmo artístico da exibição, mesmo em casa.

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OSGEMEOS, 'Nirvana', 2015, tinta spray sobre madeira, 204 x 164 x 14 cm, coleção Karla Camilo Dias.
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OSGEMEOS, 'sem título', 1996, acrílica sobre tela, 106 x 80 cm, coleção dos artistas, São Paulo.
OSGEMEOS em coautoria com Banksy, 'Sem título', 2011, tinta spray sobre tela,  200 x 200cm.
OSGEMEOS em coautoria com Banksy (Bristol, Reino Unido, 1974), 'Sem título', 2011, tinta spray sobre tela, 200 x 200cm.
OSGEMEOS em coautoria com Banksy, 'Sem título', 2011, tinta spray sobre tela,  200 x 200cm.
OSGEMEOS em coautoria com Banksy (Bristol, Reino Unido, 1974), 'Sem título', 2011, tinta spray sobre tela, 200 x 200cm.
OSGEMEOS 7
OSGEMEOS, 'Senhor Delmo', 1998, acrílica sobre tela, 140 x 90 cm, coleção dos artistas, São Paulo.
OSGEMEOS 4
OSGEMEOS, 'Sem título', 2011, tinta e lantejoulas sobre madeira, 205 x 310 cm, coleção dos artistas, São Paulo.
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Fotos antigas mostram o agito do hip hop e do rap no centro de São Paulo na época em que os artistas eram adolescentes.
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Imagens de alguns grafites que os artistas pintaram nas ruas de sua cidade natal, São Paulo. Vários desses grafites foram apagados pelas autoridades.

Série documental “Segredos”

Complementando a experiência da exposição de OSGEMEOS na Pinacoteca (SP), a série documental “Segredos” busca apresentar ao grande público grandes nomes da cena urbana do hip hop, que tanto influenciou os artistas nos anos 1980. A série contará com 4 episódios nos quais artistas, DJ’s, dançarinos de break e MC’s serão guiados em entrevistas pelos irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo (@osgemeos) dentro de um vagão de trem criado pelos próprios artistas em seu ateliê.

Mostrando a relevância da cultura hip hop no Brasil, a série busca exibir o leque de possibilidades a serem seguidos a partir da imersão no mundo da arte de rua, e a transformação na vida dos indivíduos que esse movimento pode realizar, como fez com OSGEMEOS. Os episódios vão ao ar através do canal do YouTube da @pinacotecasp todas as quintas-feiras a partir do dia 10 de junho.

In Praise of Paiting: Dutch Masterpieaces at the Met

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A exposição ‘In Praise of Paiting: Dutch Masterpieaces at the Met’ (‘Em Louvor à Pintura: obras-primas holandesas no Met’ – tradução livre) se encontra presente no Museu Metropolitan em Nova Iorque desde outubro de 2018. Harmonizando obras de grandes pintores holandeses do século XVII, a mostra apresenta a glória dessa “era dourada” no mundo da arte. Organizada por temáticas, a exposição conta com 67 obras que permitem integrar o observador com o cotidiano holandês de Vermeer (1632-1675), Rembrandt (1606-1669), Steen (1626-1679) e Hals (1582-1666).

O título da exposição foi inspirado na fala do artista holandês Philips Angel a respeito da autenticidade da pintura em retratar a natureza. Abrangendo as contradições da época, a exibição destaca naturezas mortas, corpos nus, retratos, fé e mulheres, lado a lado.

Obras Expostas

Johannes Verspronc (1601-3 - 1662), 'Retrato de um Homem', 1645, óleo sobre tela. 79,4 x 64,1 cm.
Johannes Vermeer (1632-1675), 'Jovem Mulher com um Jarro de Água', 1662, óleo sobre tela. 45,7 x 40,6 cm.
Rembrandt van Rijn (1606-1669), 'Auto-retrato', 1660, óleo sobre tela. 80,3 x 67,3 cm.

Rembrandt (1606-1669) é muito lembrado por seus autorretratos. Este, pintado no ano de 1660, emerge através de uma minuciosa análise de si no auge dos seus 54 anos, após enfrentar a perda sua mulher e de três filhos ao longo da vida. Nessa obra, o demasiado detalhamento dos sinais da idade avançando, como as rugas na testa e embaixo dos olhos e o cabelo grisalho demonstram a franqueza do artista em permitir que suas pinturas acompanhem o tempo. Para dar o efeito pretendido ao retrato intimista, Rembrandt utiliza de escovas para dar volume aos cabelos e camadas de tinta sobrepostas que endossam as variadas texturas de uma pele madura.

Rembrandt van Rijn foi um dos maiores representantes da arte barroca do século XVII e da era dourada da arte dos Países Baixos. Reconhecido ainda em vida, ocupou-se de representar retratos, autorretratos, passagens bíblicas e retratos em grupo, destacando-se também na produção de gravuras.

Margareta Haverman (1693-1722), 'Um Vaso de Flores', 1716, óleo sobre madeira. 79,4 x 60,3 cm.
Gerard ter Borch the Younger (1617-1681), "Família Van Moerkerken", 1653-54, óleo sobre madeira. 41,3 x 45,6 cm.

Acesse o site da exposição

Criação do podcast Teorizando

Com a utilização do ensino remoto na universidade, a disseminação de
conhecimento e produção histórica está cada vez mais digital. Pensando nisso, o
podcast Teorizando é uma realização
que busca a democratização de debates sobre teoria da história em um âmbito
público. Criado pelo professor Rodrigo Bonaldo (UFSC) e a mestranda Danielle
Dornelles (UFSC), essa iniciativa abre um espaço interativo para que pessoas de
fora da universidade possam ter acesso às discussões da disciplina de Teoria da
História II, da UFSC.

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História Pública na Espanha

O problema da elitização do conhecimento acadêmico de história vem incentivando cada vez mais iniciativas de História Pública ao redor do mundo, de forma que esse debate está presente nas mais diversas nacionalidades. Em decorrência disso, um grupo de historiadores criou a Spanish Association of Public History, em parceria com a Universidade Autônoma de Madrid e a Casa de Velázquez, visando principalmente a inserção da sociedade na produção do conhecimento histórico.

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Dicionário Excluídos da História

Apesar de todas transformações do campo ao longo dos séculos XX e XXI, a história muitas vezes deixa de lado o conjunto dos sujeitos históricos, dando ainda muito ênfase para as personalidades políticas. Numa iniciativa inovadora para trazer luz à história de pessoas ignoradas nos livros escolares, a Olimpíada Nacional em História do Brasil desenvolveu uma etapa de sua prova para que os estudantes criassem verbetes de personagens importantes para a história brasileira que não estavam presentes nos materiais didáticos.

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História da Mineração em Criciúma

O Brasil é o 4º país em ocorrências de acidentes de trabalho no mundo. O estudo das condições de trabalho no país é um tema de pesquisa praticamente inesgotável. Uma contribuição importante é trazida pelo livro “Das minas de carvão para a justiça: as lutas dos mineiros acidentados de Criciúma/SC”, adaptado da dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em HIstória da UFSC pelo pesquisador Bruno Mandelli.

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História oral e Historiografia: Questões sensíveis

A coleção História Oral e dimensões do público, da editora Letra e Voz, dirigida por Juniele Rabêlo de Almeida (UFF), lançou este ano mais uma obra com a temática da história oral. O novo livro, intitulado História Oral e Historiografia: questões sensíveis, foi organizado pela professora emérita da UFF, Angela Maria de Castro Gomes. 

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Salvador escravista

Atrás apenas do Rio de Janeiro, a cidade de Salvador foi “o segundo maior porto de desembarque de africanos nas Américas durante a vigência do comércio transatlântico de pessoas escravizadas”, concentrando uma grande população cativa. Para lidar de forma inovadora com esse aspecto histórico fundamental e à luz das discussões mais recentes sobre memória pública relacionada ao passado da escravidão, nasceu o website Salvador escravista.

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Ferramentas de Ensino do LAPIS

Nosso site mantém uma seção colaborativa para disponibilizar ferramentas e recursos voltados ao ensino de história, como planos de aula, tarefas, exercícios, oficinas, roteiros históricos e planos de visitação a exposições. Esta é uma bela oportunidade para se compartilhar propostas e experiências, inspirando práticas de ensino pelo país afora. Convidamos nossos usuários a colaborarem!

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