Di Cavalcanti, Muralista

A exposição “Di Cavalcanti, Muralista”, presente no Instituto Tomie Ohtake (SP) desde junho de 2021, reúne 23 obras de Di Cavalcanti (1897-1976), pintor modernista pioneiro na realização de murais. Dispostas em ordem cronológica – de 1925 a 1950 e de 1950 a 1976 – as telas transmitem todo o êxtase da brasilidade resultante da união de cores vivas e de personagens cotidianos. As obras, apresentadas em grandes proporções, buscam conectar o expectador com a inovação do Muralismo, movimento artístico originado no México que apresenta o pintor Diego Rivera (1886-1957) como um de seus precursores.

Di Cavalcanti inicia a realização de seus murais em meados da década de 1920, estampando grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, que refletiam o entusiasmo artístico provocado pela Semana de Arte Moderna em 1922. Retratando operários, mulheres, festas e pescadores, o artista representou as várias realidades presentes no Brasil de sua época, não deixando de lado a sensualidade e a alegria do povo brasileiro. A mostra tem curadoria de Ivo Mesquita e ficará disponível para visitações presenciais até outubro de 2021.

 

                                                              Quem foi Di Cavalcanti?

 

Di Cavalcanti (1897-1976) é um dos grandes nomes da arte brasileira. Pintor, desenhista, jornalista e escritor, iniciou a sua carreira como ilustrador em meados da década de 1910. Em sua primeira fase como pintor, há o predomínio da utilização de tons pastéis em suas obras. Influenciado pelas vanguardas europeias e pelos movimentos inovadores no campo das artes, Di Cavalcanti foi um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna em 1922, importante evento no cenário da arte moderna brasileira, que ocorreu em São Paulo. 

Na Europa, o artista passa a integrar o círculo social de grandes nomes como Pablo Picasso (1881-1973), Henri Matisse (1869-1954) e Georges Braque (1882-1963). Ao retornar para o Brasil, Di Cavalcanti estreia uma nova fase pessoal artística na qual passa a retratar temáticas sociais, personagens cotidianos e elementos característicos brasileiros. Unindo-se à essas questões, o artista passa a utilizar cores mais vibrantes em suas composições, influenciado pelo expressionismo alemão. Tais inovações são muito bem expostas nas obras que marcam sua fase madura, a partir da década de 1940, na qual o artista se consolida como referência da arte moderna brasileira.

 

 

 

 

                                                            

 

                                                             Obras

'Trabalhadores', Di Cavalcanti, 1955, óleo sobre tela.
'Feira nordestina', Di Cavalcanti, 1954/1970, óleo sobre tela.
'Serenata', Di Cavalcanti, 1925, óleo sobre tela.
'Samba', Di Cavalcanti, 1927, óleo sobre tela.