A exposição Enciclopédia Negra, inaugurada dia 01/05 na Pinacoteca, é um desdobramento de um livro de mesmo nome, de autoria dos pesquisadores Flávio Gomes, Jaime Lauriano e Lilia M. Schwarcz, carrega 550 histórias de vida de personalidades negras que tiveram suas memórias esquecidas e invisibilizadas. Nesse sentido, 36 artistas contemporâneos foram convidados para acabar com esse silêncio, produzindo retratos dos biografados e assim, formar narrativas mais inclusivas e diversas. A exposição é formada por 103 obras inéditas, disposta em 6 núcleos temáticos − Rebeldes; Personagens atlânticos; Protagonistas negras; Artes e ofícios; Projetos de liberdade; e Religiosidades e ancestralidades − sendo que algumas delas já compunham o livro.
Ainda, o propósito da exposição pode ser compreendido objetivando o rompimento de referências e desacertos consolidados nos ideais brasileiros ao falar de Brasil Colonial, religiosidade e feminilidade. Dessa maneira, observa-se a convergência dessas tantas biografias resumidamente na palavra: RESISTÊNCIA. Resistência que essas figuras tiveram que ter no trabalho, na luta pela alforria, pela causa, pelos seus ideais, pelo direito de ir e vir e pela liberdade de expressão. Assim, nota-se tamanha importância de uma exposição com essa temática nos dias atuais visto que a luta ainda não acabou e, mais do que nunca, é preciso resistência.
Grande parte das obras expostas foram doadas à Pinacoteca, corroborando para a nova iniciativa da instituição de inclusão e pluralidade. Dessa forma, a crescente busca por representatividade dessas figuras por tanto tempo marginalizadas, é, de fato, integralizada no acervo do museu. A mostra Enciclopédia Negra ficará em exposição até o novembro de 2021.